A vida é sempre cor de rosa?

 

 

Será que protegendo os nossos filhos, querendo mostrar sempre o lado mais bonito da vida, o lado mais cor-de-rosa da vida, protegendo-os das derrotas, dos problemas, da morte, do insucesso, de falhar, do que custa trabalhar e ganhar a vida...entre tantas outras coisas, será o melhor caminho???

Depois de uma licenciatura em Psicologia, mas principalmente depois de mais de trinta anos de vida e de ser mãe de dois filhos também já quase há duas mãos cheias de anos, percebo e sei que por muito que nos custe, não podemos dourar os problemas nem a vida, porque ela não é assim, mesmo que nós queiramos evitar fazê-los passar por isso, não estão debaixo da nossa asa todo o dia.

E a chegada da vida social e partilha do dia com amiguinhos na escola chega rápido e aí começa a surgir a competitividade e conversas entre eles das quais muitas vezes os protegemos. 

 

 

Por falar em competitividade, e começa muitas vezes quando se faz jogos com eles, como jogos de tabuleiro por exemplo, em os nossos filhos não gostam de perder (sim porque ninguém gosta de perder), será que o melhor é deixá-los sempre ganhar? Será que ver o sorriso deles em troca da vitória no final do jogo é a escolha mais acertada para eles?

Ainda há poucos dias jogava um jogo de tabuleiro com a minha filha, e eu estava a ganhar, ela começava a ficar frustrada, chateada e já queria desistir, ou até mesmo ver se me apanhava distraída para trocar as peças. Mas chegámos ao fim e desta vez a vencedora fui eu. A frustração da minha filha vinha ao de cima.

Mas por muito que goste mais de a ver sorrir, a vida nem sempre corre como gostamos e nem sempre é cor de rosa. Porque eu até não me importo de perder para fazê-la sorrir e feliz. Mas lá “fora”, na vida social, nos jogos com os amigos e no mundo em que cada vez mais vivemos de competitividade, a sociedade não os vai proteger e os outros também querem ganhar. 

Somos melhores pais, se os prepararmos para algumas derrotas e os ajudarmos a lidar com a frustração e saber dar a volta por cima, e a saber levantar-nos para a próxima luta e ter força para lutar e tentar ganhar, ou que nem seja, mesmo que não consigamos o que nos tínhamos proposto, pelo menos chegarmos ao fim e termos na nossa consciência, dei o meu melhor e fiz tudo o que estava ao meu alcance. E no fim levarmos essa vitória dentro de nós, e sorrir.